Episódio 2 | Find Happiness Again | O que sentimos?

18:00


Olá gente!
Então admito que não comecei esta série da melhor maneira (Episódio 1 | Find Happiness Again | 6 Rules). Devia, obviamente, começar por explicar o que é isto da ansiedade/depressão e tudo o que envolve, tudo o que nos mete medo e que nos abala. Mas ainda é só o segundo episódio, por isso ainda vou muito a tempo!
Tudo o que vou descrever pode parecer como se fosse o fim do mundo, mas na realidade são aspetos controláveis e tudo o que  vou escrever é o que acontece nas piores das hipóteses e às vezes já num estado um pouco avançado, por isso NÃO SE ASSUSTEM!

 (É de relembrar que não sou nenhuma profissional, isto é só e apenas a MINHA EXPERIÊNCIA, melhor é SEMPRE procurar ajuda de um profissional!)



Ter ansiedade é como ter um bully atrás de nós. A diferença é que esse bully é a nossa cabeça e este bully sabe todos os nossos pontos fracos e conhece-nos melhor que ninguém.
É sentir que estamos completamente sozinhos quando na realidade estão 20 pessoas a falar connosco.
É como tentar explicar a uma pessoa "tenho fome" e ela entender "estás cheia".
É estar 30 min deitada numa cama e durante esses 30 min lutares contigo mesma para te tentares levantar e por mais que queiras ser forte não consegues.
É sentir que não pertences e não te encaixas em lado nenhum.
É num dia tudo estar bem e acordar no dia a seguir sem saber o que fazer à tua vida.
É delirar porque moveram o teu copo 1 milímetro.
É tornares-te impaciente de uma forma completamente incontrolável, ao ponto de não conseguires estar quieta 2 min.
É começares achar coisas que adoravas fazer em coisas insuportáveis.
É ter um aperto no peito, como se tivesses uma bola de pelo na garganta, ao ponto de te dar vómitos e te sentires enfartada.
É sofrer por antecipação.
É pensar demais.
É ter pesadelos, acordar às 5h da manhã e não dormir mais.
É andares todo o dia a pensar no pesadelo que tiveste e chegares a confundir a realidade com o sonho.
É teres dores no coração.
É o saber que as pessoas mais próximas de ti fazem tudo por ti, mas ainda assim querer que elas façam mais ainda e te "salvem".
É sentir que ninguém faz por ti o suficiente.
É pedir para as pessoas sairem quando na verdade queres que elas fiquem.
É chegar a um ponto e dizer "Esquece, não entendes. Deixa-me em paz" mas passado 5 min dizer " Pf ajuda-me".
É sentires-te cansada, melhor, exausta sem teres feito nada.
É acordar mais cansada do que quando te deitaste.
É quereres fazer tudo por todos, fazer e no final perderes-te de ti própria.
É sentires que ninguém percebe aquilo pelo qual estás a passar.
É ter 2 e 3 ataques de pânico por dia, nos dias piores, só porque sim.
É chorar só porque sim.
É quereres desabafar mas não teres força para contar as coisas, porque na maior parte das vezes, as pessoas nem querem saber ou não podem fazer nada.
É ter olheiras até aos pés, mesmo quando acabaste de acordar de um sono de 10 horas.
É não aguentar ouvir uma voz ou música mais alta.
É ficar sem ar só porque sim.
É perder peso só de te enervares.
É ganhar hábitos horríveis e tiques para ultrapassar o nervosismo, como serrar os dentes.
É querer fugir.
É querer gritar.
É ver a tua liberdade de ser feliz, limitada por um estado que não controlas.

PS: Só quero aproveitar para agradecer a uma pessoa por me acompanhar em todo este processo e ele sabe bem, aguenta todos os meus ataques de pânico, todas as choradeiras, ajuda-me e toma conta de mim como mais ninguém faz, TUDO. Todos os agradecimentos do mundo nunca serão suficientes. Não é fácil para nós, mas para quem o passa connosco é igualmente mau. Quem aguenta tudo isto de uma pessoa é realmente de preservar.

Mais uma vez digo, isto é apenas a minha experiência e estou a ser controlada. Procurem ajuda, não estão sozinhos, há N casos nestas situações! 



Identificam-se com o que escrevi?
Espero muito que tenham gostado e que vos tenha ajudado nem que seja só pelo simples facto de saberem que não estão sozinhos!
Se gostaram e tiverem dúvidas não hesitem!


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4 comentários

  1. Olá (= No meu caso, identifico-me com praticamente tudo o que escreveste quando ainda nem sequer tinha chegado ao meu pior estado de ansiedade, o que foi à exactamente um ano atrás. Nessa altura fiz terapia (mindfullness) e desde então nunca mais voltei a ter ataques de pânico. É claro que continuo a ser bastante ansiosa em algumas situações mas isso já não é nada.
    No entanto, antes de fazer terapia, já tinha ido a umas poucas consultas nos HUC e a única coisa que a médica fazia era receitar medicação que alterava por completo a minha forma de ser e agir. Acabei por deixar de ir e mais tarde encontrei uma médica que me disse que eu não precisava de comprimidos para deixar de ter ansiedade extrema/ataques de pânico e podia fazê-lo com terapia. Até hoje acho que foi mesmo a minha salvação!!!!!
    Beijinhos,
    Amy.

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    Respostas
    1. No meu caso ainda estou um bocado perdida e a tentar descobrir o que se passa comigo. Vamos ver no que dá. Mas é, obviamente, uma luta constante, que não é nada fácil.
      Muito Obrigada! Beijinhos <3

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    2. Eu acho que a ansiedade extrema é mesmo um acumular de vários acontecimentos e o ritmo que levamos no nosso dia a dia também não ajuda. Basicamente tudo junto faz com que o nosso cérebro às vezes entre numa espécie de colapso, em que fica completamente baralhado e claro, isso vai manifestar-se no nosso corpo. Eu fui diagnosticada com TAG (transtorno de ansiedade generalizada) aos 18 anos (à cerca de 4 anos) e só este ano é que senti que estava a mesmo melhor! Portanto, isto é tudo um longo processo de procura pelo que realmente é o melhor no nosso caso e também de pequenas conquistas no decorrer de todo esse processo! Não sei se és seguida por algum especialista, mas se ainda não és, aconselho-te mesmo a seres porque realmente ajuda imeeeenso! Eu cometi o erro de achar que conseguia ultrapassar isto completamente sozinha mas fui piorando drasticamente, ao ponto em que desde que acordava até que adormecia tinha ataques de pânico constantes e a única forma de não os ter era estar deitada na cama, de barriga para baixo e com uma almofada no peito, portanto, era assim que eu passava os meus dias. Para além de isso, também não conseguia comer e até ir à casa de banho era horrível porque assim que me punha em pé, começava um novo ataque de pânico.
      Foi um período muitíssimo difícil mas felizmente consegui recuperar, algo que eu nunca achei que fosse acontecer!
      Desculpa pelo comentário enorme mas falar sobre ansiedade, dá sempre nisto, até porque gosto de partilhar a minha experiência e também de tentar ajudar!
      Desejo-te as melhoras e muita força! Sei perfeitamente o quão difícil isto é mas também sei que é possível ficarmos bem e tenho a certeza que vais melhorar !
      Muitos beijinhos e se precisares de alguma coisa, podes sempre falar comigo!
      Amy.

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  2. Não peças desculpa, é otimo saber que não estou mesmo sozinha! É muito complicado mesmo e sinceramente admiro-te por teres ultrapassado isso, porque eu nem imagino o que será passar assim os dias, se já é tão dificil estar como estou. É uma dor no peito, um mau estar, uma falta de ar, inexplicável.
    Vou começar a ser seguida por um psicólogo, não sei se isso me vai ajudar, mas lá está, tem que se ir tentando ultrapassar isto com calma e força. Se não der, tenho de tentar outro tipo de especialista. Mas realmente é horrivel. Já nos sentimos tao mal e depois as pessoas ao nosso redor têm tanta dificuldade em entender este tipo de "doenças" que só piora tudo! Se for um problema físico as pessoas entendem logo, têm sempre muito cuidado em ajudar, mas quando se trata disto, têm um desprezo enorme!
    Obrigada do fundo do coração por partilhares tudo isto comigo e por deixares também falar-me e desabafar, acredita que me ajuda meeeeesssmoo!!!!
    Beijinhos grandes!!!

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Estejam à vontade para falar comigo, obrigada!!

MUITO OBRIGADA!!