Diary | Sorriso fácil

18:00

Costumo dizer que a minha imagem de marca é o meu sorriso, nisso saí ao meu querido avô, dentes direitinhos, a única da minha geração a ter essa sorte. Sempre adorei rir com os dentes todos, como se costuma dizer. E sou, ou pelo menos, era de sorriso fácil. De gargalhada muito fácil. Fazia o meu dia a pessoa que dissesse que me adorava ou que eu era importante para ela. Fazia o meu dia receber um desenho de uma criança ou simplesmente um beijinho daqueles doces que só elas sabem dar. Qualquer coisa fazia o meu dia, desde que fosse algo dado com o coração.

Todos dizem que sou uma criança autêntica. E normalmente todos gostam de me dar presentes como se eu me tratasse de uma, porque dizem que fico feliz e satisfeita com pouco, que pareço uma criança com um brinquedo novo, que sou aquela pessoa a quem dá gosto oferecer algo. Penso que de certa forma, continuo a ser a mesma pessoa. Mas já me surpreendi mais, já me ri mais.

Agora já não há surpresas (falando das sentimentais e materiais) que preencham este vazio, por maior que sejam, ou por mais significado que tenham. A surpresa, a vontade de a descobrir e a criança continuam lá inicialmente, mas esta que ficava dias e dias saciada pelo amor que lhe tinham dado, desintegra-se agora facilmente ao fim de poucos minutos. Basta pensar que aquilo não é o dito amor que queria, que a tal surpresa não me vai trazer o que sempre quis de volta. Porque o que eu realmente queria, não há ninguém que me possa dar. Não há perdão que os possa trazer, porque há coisas que só Deus pode perdoar, há coisas para as quais não tenho capacidade disso ou, sequer, de seguir em frente. Porque… O tempo vai e não volta. Porque… palavras ditas e ações cometidas não podem ser retiradas. Porque… há coisas imperdoáveis. Há coisas irremediáveis.

Espero muuuito que tenham gostado.

É um texto meu e só meu, escrito por mim com alma e amor.

💛💛💛

Muito obrigada por se darem ao trabalho de ler.

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