An open letter to myself

12:12

Gostava de ser mais aberta comigo mesma. De ser mais corajosa. De não ter tanto medo. De aprender a voar sozinha. E era.
Era até que alguém me encolheu as asas de tal forma cruel que fiquei com receio de as voltar a abrir. Com receio de as expor ao mundo. De que alguém me volte a encolhê-las, ou pior, a cortá-las.
Não é que não as abra de vez em quando, quando sozinha, no meu mundo e confortável com o ambiente em questão. Quando o faço é com a certeza de que mais ninguém terá hipótese de se aproximar delas. Com a certeza absoluta de que ninguém entra para magoar o meu coração, ganhar a minha confiança e depois traí-la tão rápida e eficazmente como antes já verificara.
Infelizmente, gostava de dizer que assim dói menos, mas dói igualmente. Tanto me afasto das pessoas com más intenções, como também não reconheço quem apenas se aproxima para o bem. É um sacrifico que faço por um bem maior.
O meu círculo de confiança reduz cada vez mais e é agora escassa a vontade de o renovar.
Isto traz-me toda uma auto-estima baixa de que não era portadora, Não era mesmo.
Traz-me ansiedade nas relações interpessoais. Afasta-me do mundo. Cria em mim o medo da descoberta e das mudanças.
Não era isto que eu queria para mim. Não era, mesmo!

Cristiana Simões

You Might Also Like

0 comentários

Estejam à vontade para falar comigo, obrigada!!

MUITO OBRIGADA!!